Dólar sobe com dados de inflação dos EUA em destaque

Dólar sobe com dados de inflação dos EUA em destaque

Dólar sobe com dados de inflação dos EUA em destaque

Na quinta-feira, 13 de junho de 2024, o dólar americano mostrou uma valorização significativa em relação a outras moedas principais, como o euro e a libra esterlina. Este movimento foi influenciado por dados econômicos dos Estados Unidos, especialmente o índice de preços ao produtor (PPI) de maio, que vieram abaixo do esperado e reforçaram expectativas de cortes de juros futuros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano. A inflação desempenha um papel crucial nas expectativas dos investidores e nas decisões políticas dos bancos centrais.

Impacto dos Dados de Inflação dos EUA

Pela manhã, foi divulgado que o PPI dos EUA recuou 0,2% em maio em comparação com abril, enquanto os analistas previam uma alta de 0,1%. Esse resultado inesperado inicialmente pressionou o dólar, especialmente porque os pedidos de auxílio-desemprego também subiram para níveis superiores aos previstos. A queda no PPI indica uma possível redução nas pressões inflacionárias, o que alimenta expectativas de que o Fed possa cortar os juros para estimular a economia. No entanto, ao longo da tarde, a moeda americana recuperou fôlego, impulsionada pela cautela demonstrada por dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) sobre novos relaxamentos monetários.

Desempenho do Dólar Frente a Outras Moedas

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 157,03 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,0744 e a libra caía para US$ 1,2766. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou uma alta de 0,53%, alcançando 105,196 pontos. Este movimento reflete a confiança renovada no dólar, mesmo diante de expectativas de cortes de juros pelo Fed.

Reações na Europa e Ásia sobre Inflação

Banco Central Europeu e Inflação

Dirigentes do BCE expressaram cautela sobre o futuro da política monetária na zona do euro. Madis Muller alertou que a inflação pode voltar a acelerar, lembrando que a meta de 2% ainda não foi atingida. A possibilidade de uma inflação persistente limita a capacidade do BCE de relaxar a política monetária, o que contrasta com as expectativas nos EUA.

Banco do Japão e Inflação

O dólar também subiu em relação ao iene, com os mercados aguardando a decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ). Analistas esperam a manutenção dos juros, mas há especulações sobre uma possível redução no ritmo das compras de títulos pelo BoJ. A inflação no Japão, embora geralmente baixa, é um fator importante nas decisões do BoJ.

Moedas Emergentes e Inflação

Peso Mexicano e Inflação

Entre as moedas emergentes, o peso mexicano apresentou recuperação, subindo para 18,4935 pesos por dólar. Esta alta ocorre após perdas recentes devido à vitória de Claudia Sheinbaum na disputa presidencial e à tentativa do presidente Andrés Manuel López Obrador de retomar uma reforma constitucional. A estabilidade política e econômica no México influencia diretamente a inflação local, que, por sua vez, afeta a força da moeda.

Peso Argentino e Inflação

Na Argentina, o dólar oficial subiu para 902,5028 pesos, enquanto o dólar paralelo, conhecido como dólar blue, recuou para 1.245 pesos. A aprovação de um pacote de reformas pelo governo do presidente Javier Milei trouxe otimismo aos mercados locais. A Oxford Economics prevê força contínua nos mercados argentinos, apesar das preocupações com a liquidez cambial no médio prazo. A alta inflação na Argentina, atualmente em 276,4% anual, continua sendo um desafio significativo, impactando tanto a economia doméstica quanto a confiança no peso argentino.

Inflação na Argentina

Na agenda local, a inflação ao consumidor da Argentina subiu 4,2% em maio em comparação com abril, resultando em uma alta anual de 276,4%, de acordo com a leitura oficial. Embora o índice de inflação continue a desacelerar, já subiu 71,9% até agora neste ano. Mesmo em um nível ainda elevado, a leitura mensal foi a mais baixa desde 2022, refletindo os esforços da administração para controlar os preços.

Contexto Global

Sanções Contra a Rússia

Em um desenvolvimento significativo, as sanções dos EUA contra a Rússia resultaram na suspensão imediata do comércio de dólares e euros na Bolsa de Moscou. Agora, essas moedas terão que ser negociadas no mercado de balcão, impactando bancos, empresas e investidores locais. No momento da reportagem, o dólar estava cotado a 88,3737 rublos. As sanções e a resposta da Rússia também influenciam as expectativas inflacionárias na região.

Influência das Relações Comerciais Sino-Americanas e Inflação

Recentemente, as relações comerciais entre os Estados Unidos e a China também têm influenciado os mercados cambiais. A intensificação das tensões comerciais e as negociações sobre tarifas e acesso a mercados estão afetando as expectativas dos investidores. Um acordo recente entre China e Argentina para estender um swap cambial por um ano ilustra como a dinâmica comercial global pode impactar diretamente as moedas emergentes e suas respectivas taxas de inflação.

Conclusão

A valorização do dólar nesta quinta-feira reflete uma combinação de fatores econômicos e políticos. A reação inicial aos dados de inflação dos EUA foi mitigada por expectativas de cortes de juros pelo Fed, enquanto a cautela do BCE e as movimentações no BoJ contribuíram para a recuperação do dólar. Nas economias emergentes, o peso mexicano e o peso argentino mostraram movimentos significativos, refletindo a volatilidade e as expectativas políticas locais. Além disso, as tensões comerciais globais, especialmente entre os EUA e a China, continuam a desempenhar um papel crucial na dinâmica cambial.

Para os investidores, o cenário global continua a ser complexo e dinâmico, exigindo uma análise cuidadosa das políticas monetárias e das condições econômicas em diferentes regiões. A inflação, em particular, permanece um fator central que molda as decisões dos bancos centrais e as estratégias de investimento.

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